sábado, 19 de dezembro de 2015

Acreditando no invisível


Acreditando no invisível

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Com a recente tragédia acontecida no Rio Doce, a partir de Minas Gerais, inúmeros elementos da tabela periódica, percorreram o rio, percorreram uma parte de MG, atravessaram o ES, e chegaram ao mar. Elementos microscópios, com diversos números atômicos invisíveis, aos olhos nus. Prótons, elétrons e nêutrons, visíveis apenas por poderosos microscópios eletrônicos. Muitas células foram mortas, com a lama contaminada. Células do tecido cutâneo de alguns animais encontrados, foram exterminadas. Os invisíveis deixaram suas marcas. A lama deixou marcas na pele e no couro de alguns animais encontrados depois da tragédia anunciada.

Apenas a força e a cor da lama foram visíveis e percebíveis aos olhos nus. Mas a tragédia da alteração do meio ambiente fará seu anuncio no mar depois de deixar marcas por onde passar. A parte visível foi a lama escura, e a parte invisível foram os elementos atômicos, associados a química orgânica e inorgânica atuando em uma microbiologia. Elementos não vistos que contaminam os elementos principais, chamados de elementais: a terra, a água e o ar. Crê-se apenas no que é físico e visível; sensível e palpável. Lembranças de São Tomé.

E chega uma pergunta, como formou-se a montanha, a represa de rejeitos? Ela foi formada pela extração mineral, com o revolvimento da terra em busca de minerais que as mineradoras estavam à procura, e precisavam ser separados, do barro e da lama, com o uso das aguas dos rios, a partir de princípios físicos estudados. Princípios que dizem quais produtos não se misturam em uma mistura tendendo a ser homogênea. E quais produtos se separam por decantação, em misturas heterogêneas. E depois de separados, os minerais procurados no sistema de extração, sobram os rejeitos que precisam ser estocados, para não contaminar os rios, que correm em direção ao mar.

Os rejeitos estocados, um dia não suportaram sua força e sua energia estocada, e romperam uma barragem. Obedeceram a força da gravidade. Encontraram, um rio com uma força promovida pelas águas. E a força invisível, pelo volume de água e uma declividade, romperam a inércia, levaram a lama contaminada de produtos químicos invisíveis, em direção ao mar. Contaminaram o ambiente por onde passaram.

Dos minerais retirados, lá no médio Rio Doce, uma boa parte circula pelas ruas, avenidas e estradas. Outras partes podem estar em apartamentos e casas. Os minerais extraídos foram transportados para serem transformados, em uma matéria prima para uso industrial. Estocaram os resíduos, em que suas partes principais foram transformadas em chapas de aço. Chapas que deram origem a automóveis, fogões, geladeiras e ar condicionados. E aqueles que conduzem seus carros, ou estão beneficiados por freezers e geladeiras, não admitem a sua colaboração nas formações de represas de resíduos minerais extraídos. Não enxergam seus detritos amontoados. Crê-se apenas no que é físico e visível. A represa de rejeitos estava muito distante, e foi conhecida apenas depois do desastre.

Cada um tem uma parcela de culpa, uma parcela de contribuição para formar uma represa de rejeitos, seja por um minúsculo fogão, ou uma mini geladeira. Seja por um carro ou por uma cegonha que trouxe o seu carro a concessionaria mais próxima. E por aquele caminhão que trouxe o seu combustível ao posto escolhido com a bandeira, que busca os seus clientes preferenciais. O mesmo carro que queima combustíveis fósseis lançando monóxido de carbono na atmosfera, provocando uma mudança no clima. Um clima de futuro incerto que pode com excesso de chuvas romper novas represas, ou exaurir o solo infértil que produz alimentos; mas são ares e gases invisíveis que a população não vê.

Resíduos de automóveis, contaminam o meio ambiente, a terra e o ar. Automóveis necessitam de vias calçadas para rodar. Ruas, estradas e avenidas pavimentadas com montanhas de pedras dinamitadas, e resíduos da refinaria de petróleo. Um negócio ideal para países investidores, a indústria automotiva, com rendimentos desde a extração de minerais até a manutenção dos veículos, com óleos e gasolinas, óleo diesel e peças de reposição.

O automóvel altera o ambiente e o regime pluvial, com contaminação e alteração do ambiente, provocando secas ou inundações. Mas prefere-se colocar a culpa no pequeno papel de bala jogado ao vento. O papel é real, físico e visível e por muitas vezes é possível ver quem os joga. E então é dito que os bueiros são entupidos por um simples papel de bala. Por lixos amontoados. Mas o carro estacionado junto ao meio fio no momento das chuvas também alterou os destinos das aguas pluviais. Aumenta o volume de água para o próximo bueiro, na continuidade do declive. O deslocamento de ar de automóveis em movimento, também favorecem o deslocamento de resíduos leves.

Presidentes e líderes de diversos países estiveram em Paris, discutindo o futuro do planeta. Muitos foram em aviões particulares ou exclusivos. Queimaram toneladas o oxigênio atravessando países e continentes, para discutir o futuro da atmosfera, que envolve o planeta, a mesma ocupada por aviões de autonomia intercontinental. Tripulantes e comitivas, colaboraram com a queima de oxigênio, e talvez com a diminuição da camada de ozônio. Parecem não estar de acordo com as novas tecnologias, que permitem reuniões a distância.

Boa parte dos produtos que geraram rejeitos, foram exportados. Exportados com o argumento que exportávamos o que tínhamos em excesso; o que não tínhamos tecnologia e capacidade de usar. Era necessário exportar o excedente, ganhando alguns dólares. E com a exportação poderíamos criar um superávit na balança comercial, gerando conforto e riqueza para a nação nos próximos anos.

E assim aconteceu, exportamos um mineral puro com direito as ficar com os rejeitos. Direito ao resultado de ruas e avenidas entupidas de automóveis, criando um símbolo de tecnologia e evolução. Ruas e avenidas com milhares de automóveis ocupados por apenas uma pessoa, ocupando um espaço sobre o solo bem maior. Mas os carros estão dotados de vidros escuros, e do lado de fora existe uma cidade onde os ocupantes dos automóveis não veem, ou preferem não ver, para não doer a consciência. O vidro escuro, a trave sobre os olhos. Mateus 7:1-5.



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Em 19/12/15

Entre Natal/RN e Parnamirim/RN



por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq

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Maracajá

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