Acreditando no
invisível
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Com a recente tragédia
acontecida no Rio Doce, a partir de Minas Gerais, inúmeros elementos da tabela
periódica, percorreram o rio, percorreram uma parte de MG, atravessaram o ES, e
chegaram ao mar. Elementos microscópios, com diversos números atômicos
invisíveis, aos olhos nus. Prótons, elétrons e nêutrons, visíveis apenas por
poderosos microscópios eletrônicos. Muitas células foram mortas, com a lama
contaminada. Células do tecido cutâneo de alguns animais encontrados, foram
exterminadas. Os invisíveis deixaram suas marcas. A lama deixou marcas na pele
e no couro de alguns animais encontrados depois da tragédia anunciada.
Apenas a força e a cor da lama
foram visíveis e percebíveis aos olhos nus. Mas a tragédia da alteração do meio
ambiente fará seu anuncio no mar depois de deixar marcas por onde passar. A
parte visível foi a lama escura, e a parte invisível foram os elementos
atômicos, associados a química orgânica e inorgânica atuando em uma
microbiologia. Elementos não vistos que contaminam os elementos principais,
chamados de elementais: a terra, a água e o ar. Crê-se apenas no que é físico e
visível; sensível e palpável. Lembranças de São Tomé.
E chega uma pergunta, como
formou-se a montanha, a represa de rejeitos? Ela foi formada pela extração
mineral, com o revolvimento da terra em busca de minerais que as mineradoras estavam
à procura, e precisavam ser separados, do barro e da lama, com o uso das aguas
dos rios, a partir de princípios físicos estudados. Princípios que dizem quais
produtos não se misturam em uma mistura tendendo a ser homogênea. E quais
produtos se separam por decantação, em misturas heterogêneas. E depois de
separados, os minerais procurados no sistema de extração, sobram os rejeitos
que precisam ser estocados, para não contaminar os rios, que correm em direção
ao mar.
Os rejeitos estocados, um dia
não suportaram sua força e sua energia estocada, e romperam uma barragem.
Obedeceram a força da gravidade. Encontraram, um rio com uma força promovida
pelas águas. E a força invisível, pelo volume de água e uma declividade, romperam
a inércia, levaram a lama contaminada de produtos químicos invisíveis, em
direção ao mar. Contaminaram o ambiente por onde passaram.
Dos minerais retirados, lá no
médio Rio Doce, uma boa parte circula pelas ruas, avenidas e estradas. Outras
partes podem estar em apartamentos e casas. Os minerais extraídos foram
transportados para serem transformados, em uma matéria prima para uso
industrial. Estocaram os resíduos, em que suas partes principais foram
transformadas em chapas de aço. Chapas que deram origem a automóveis, fogões,
geladeiras e ar condicionados. E aqueles que conduzem seus carros, ou estão
beneficiados por freezers e geladeiras, não admitem a sua colaboração nas
formações de represas de resíduos minerais extraídos. Não enxergam seus
detritos amontoados. Crê-se apenas no que é físico e visível. A represa de
rejeitos estava muito distante, e foi conhecida apenas depois do desastre.
Cada um tem uma parcela de culpa,
uma parcela de contribuição para formar uma represa de rejeitos, seja por um
minúsculo fogão, ou uma mini geladeira. Seja por um carro ou por uma cegonha
que trouxe o seu carro a concessionaria mais próxima. E por aquele caminhão que
trouxe o seu combustível ao posto escolhido com a bandeira, que busca os seus clientes
preferenciais. O mesmo carro que queima combustíveis fósseis lançando monóxido
de carbono na atmosfera, provocando uma mudança no clima. Um clima de futuro
incerto que pode com excesso de chuvas romper novas represas, ou exaurir o solo
infértil que produz alimentos; mas são ares e gases invisíveis que a população
não vê.
Resíduos de automóveis,
contaminam o meio ambiente, a terra e o ar. Automóveis necessitam de vias
calçadas para rodar. Ruas, estradas e avenidas pavimentadas com montanhas de
pedras dinamitadas, e resíduos da refinaria de petróleo. Um negócio ideal para
países investidores, a indústria automotiva, com rendimentos desde a extração
de minerais até a manutenção dos veículos, com óleos e gasolinas, óleo diesel e
peças de reposição.
O automóvel altera o ambiente
e o regime pluvial, com contaminação e alteração do ambiente, provocando secas
ou inundações. Mas prefere-se colocar a culpa no pequeno papel de bala jogado
ao vento. O papel é real, físico e visível e por muitas vezes é possível ver
quem os joga. E então é dito que os bueiros são entupidos por um simples papel
de bala. Por lixos amontoados. Mas o carro estacionado junto ao meio fio no
momento das chuvas também alterou os destinos das aguas pluviais. Aumenta o
volume de água para o próximo bueiro, na continuidade do declive. O
deslocamento de ar de automóveis em movimento, também favorecem o deslocamento
de resíduos leves.
Presidentes e líderes de diversos
países estiveram em Paris, discutindo o futuro do planeta. Muitos foram em
aviões particulares ou exclusivos. Queimaram toneladas o oxigênio atravessando
países e continentes, para discutir o futuro da atmosfera, que envolve o
planeta, a mesma ocupada por aviões de autonomia intercontinental. Tripulantes e
comitivas, colaboraram com a queima de oxigênio, e talvez com a diminuição da
camada de ozônio. Parecem não estar de acordo com as novas tecnologias, que
permitem reuniões a distância.
Boa parte dos produtos que
geraram rejeitos, foram exportados. Exportados com o argumento que exportávamos
o que tínhamos em excesso; o que não tínhamos tecnologia e capacidade de usar. Era
necessário exportar o excedente, ganhando alguns dólares. E com a exportação
poderíamos criar um superávit na balança comercial, gerando conforto e riqueza
para a nação nos próximos anos.
E assim aconteceu, exportamos
um mineral puro com direito as ficar com os rejeitos. Direito ao resultado de
ruas e avenidas entupidas de automóveis, criando um símbolo de tecnologia e
evolução. Ruas e avenidas com milhares de automóveis ocupados por apenas uma
pessoa, ocupando um espaço sobre o solo bem maior. Mas os carros estão dotados
de vidros escuros, e do lado de fora existe uma cidade onde os ocupantes dos automóveis
não veem, ou preferem não ver, para não doer a consciência. O vidro escuro, a
trave sobre os olhos. Mateus 7:1-5.
Texto
publicado em:
Texto
disponível em:
Em 19/12/15
Entre Natal/RN e
Parnamirim/RN
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
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Cultural
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