O
coronelismo da ciência.
Um novo coronelismo foi
implantado. Saiu da política e ressurge agora pela ciência; e em nome da ciência.
O sistema denominado de coronelismo surgiu do enredo político, onde supostos coronéis
sem farda e sem divisas sobre os ombros, mas por muitas das vezes portando uma
arma. Eles definiam os votos antes das eleições, e quem deveria ganhar as referidas
eleições. Para então controlar e administrar com ares de militares, um
determinado lugar. Em um tempo de governo militar, os ex-militares ou não
militares se apossavam de títulos e patentes da caserna para governar e dominar,
um espaço geográfico longe das capitais estaduais. Políticos do interior se
investiam de patentes oriundas das academias militares, e tomavam o poder
diante um grupo de interioranos, que não tinham o acesso ao conhecimento e a
informação. Pessoas humildes que acatavam as posições e as decisões dos
coronéis.
Agora os denominados
pesquisadores, mestres e doutores, em nome da academia da ciência e do
conhecimento, tentam ganhar um controle de atividades relacionadas às suas
renomadas ciências por eles definidas e estudadas. Atividades de cunho científicos
realizadas no campo, nas regiões interioranas e rurais. Levam seus
conhecimentos ao interior buscando beneficiar a cidade, onde funcionam suas
sedes e seus quartéis. Aumentam produções e plantações, criam critérios de
qualidade, administração e contabilidade. Alegando e prometendo prosperidade. Avaliam
pelo lado da produtividade e defendem suas ideias, por definirem critérios de
analise, controle e nutrição, sobre um povo carente, de recursos e
conhecimento, em processo de desnutrição e desidratação.
Agora a ciência baseada em
cálculos e tabelas com informações do passado, tenta adivinhar e prever um
futuro climático e meteorológico, baseando-se em dados pluviométricos, por longos
tempos anotados. Uma nova sociedade de coronéis saindo em campo para coletar
dados e informações, com seus soldados de sentinela em barragens e plantações. E
com dados coletados lançados em computadores, tentam prever secas e inundações,
chuvas e estiagens; veranicos em microclimas. Com modelos matemáticos tentam
controlar o consumo e o uso das reservas retidas de água, sobre o solo e no
subsolo. E paralelamente vão construindo modelos e convencimentos de uso e
reuso das águas e das plantações.
Outros renomados pesquisadores
da gastronomia com referenciais de gourmetização e nutrição, criam receitas na
cidade. Ao longo de uma história já criaram receitas com aproveitamento de
folhas e cascas. Agora criam usos e reusos de águas de cozimentos, criando
novas receitas e novos modelos de alimentações.
Em nome da ciência os pesquisadores
renomados e respaldados, por instituições de fomento e pesquisa. Intitulados,
de mestres e doutores coletam uma quantidades de dados e informações históricas.
E dizem aos quatro ventos, ter um determinado conhecimento. A velha regra do
ditado corolário de quem tem uma informação detém um poder.
Com seus dados encapsulados
fazem cálculos, projetam em gráficos cartesianos curvas e retas, calculando
desvios padrões e aproximações. Estatísticas e repetições. Baseados em seus
cálculos e seus gráficos, produzem tabelas e projeções. Com dados do passado
estimam um futuro. Não avaliam nem estimam a trajetória da Terra no espaço. Não
avaliam a Terra como uma astronave errante dependente do Sol. A Terra segue
pelo espaço infinito por caminhos em que o Sol com seus planetas seguindo suas
órbitas, vão juntos passar.
Enquanto a terra gira no
espaço criando dias e noites, diferentes uns dos outros, as tabelas e cálculos
baseados em um passado de dados coletados, tentam adivinhar um futuro dominado
pelas leis e critérios da natureza.
Com os dados coletados no
passado, não calculam ou computam tudo que o homem modificou na natureza,
comprometendo os futuros dados analisados que não param de ser coletados. Não
estão incluídos em seus dados os efeitos colaterais das urbanizações e suas
influencias na atmosfera e na hidrosfera. Como também não estão incluídos os
desmatamentos, emissão de gases poluentes, e outros temas mais diversos, ou
seja, outras modificações: demográficas, geográficas, geológicas, climáticas,
meteorológicas; sociais e antropológicas. E tantas outras ciências e estudos
que possam ser enumerados.
RN, 20/03/15
Roberto Cardoso
Técnico em Meteorologia / Desenvolvedor de Komunicologia
Texto disponível em:
Nenhum comentário:
Postar um comentário